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Erik Cardoso faz índice para o Mundial com recorde brasileiro e sul-americano dos 100 metros

31.07.2025  |    488 visualizações

Velocista do Sesi-SP correu duas vezes abaixo dos 10 segundos no Troféu Brasil - no feminino, Ana Azevedo (Pinheiros-SP) venceu com recorde pessoal; a competição vai até domingo (3/8), no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo

Erik Cardoso (Sesi-SP), primeiro atleta brasileiro a correr os 100 metros abaixo dos 10 segundos, brilhou na tarde desta quinta-feira (31/7), durante a 44ª edição do Troféu Brasil Interclubes de Atletismo Loterias Caixa, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CTPB), em São Paulo. O velocista de 25 anos fez dois sub-10 e venceu os 100 metros com o tempo de 9.93 (1.5), recorde brasileiro e sul-americano da prova, e índice para o Mundial de Tóquio, que será disputado em setembro.

Erik alcançou o índice para o Mundial na semifinal, quando correu 9.99 (1.9) – a marca mínima exigida pela World Athletics é 10.00 –, unindo-se ao companheiro de clube, Felipe Bardi, que já estava qualificado para a principal competição do ano desde agosto de 2024. Mas, na final, ele foi além, retomando o recorde brasileiro e sul-americano que já havia sido dele.

O velocista contou o que foi determinante para conseguir dois excelentes resultados: "muita fé, muito trabalho duro e, principalmente, a parte mental, que me ajudou muito. Tudo isso fez muita diferença", disse Erik, que treina com Darci Ferreira.

Muito emocionado com o resultado do seu atleta, Darci afirmou que Erik ficou bastante abalado com o resultado ruim no Campeonato Sul-Americano de Mar del Plata, em abril, em que ele fez 10.31 e ficou na 5ª posição. "Já tem tempo que a gente tem treinado para correr abaixo de 9.90. O Erik é muito esforçado, e o 9.93 era esperado, sim. No Sul-Americano, o Erik competiu muito mal, e de lá para cá, eu e a Rosana (Soares, treinadora do Sesi), trabalhamos muito."

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Em 28 de julho de 2023, Erik se tornou o primeiro brasileiro a correr o sub-10, ao fazer 9.97 (0.8) na final do Campeonato Sul-Americano disputado em São Paulo, na pista do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP). Com o resultado, ele bateu o recorde brasileiro e sul-americano dos 100 metros que já durava 35 anos, os 10 segundos cravados de Robson Caetano conquistados em julho de 1988 na Cidade do México.

Mas a marca durou apenas 43 dias. Em 9 de setembro de 2023, Felipe Bardi – companheiro de clube, de treino e padrinho de casamento de Erik – correu 9.96 (1.0) em uma competição estadual em São Bernardo do Campo (SP), tornando-se o novo recordista nacional e continental.

Felipe foi vice-campeão do Troféu Brasil, com a marca de 10.06, e afirmou estar feliz pelo amigo, para quem "passou a coroa". "Eu tô muito feliz pelo Erik, que fez uma prova gigantesca, e de estar presente, mais uma vez, em um recorde sul-americano dele. Estou passando a coroa para ele e eu sei que ele vai cuidar muito bem dela. Foi um ano difícil para ele, mas toda a equipe sabia que ele estava pronto para uma excelente marca. E eu só tenho uma coisa a dizer: estamos em Tóquio!", comemorou.

O terceiro lugar dos 100 metros ficou com Vitor Hugo Mourão (Centro Olímpico-SP), com a marca de 10.14. O velocista de 29 anos, que treina com Victor Fernandes, está fazendo sua primeira temporada completa desde 2019, após enfrentar anos de dificuldades com uma lesão no tendão de Aquiles da perna direita. "Eu queria voltar ao pódio, e hoje consegui", disse Vitor Hugo, que chegou a abandonar o atletismo por um período.

No feminino, Ana Carolina Azevedo (Pinheiros-SP) venceu uma corrida extremamente disputada, só definida no photo finish. Ela completou a prova em 11.14 (131), diante dos 11.14 (137) da segunda colocada, Gabriela Mourão, também do Pinheiros – Gabriela é irmã mais nova de Vitor Hugo, bronze no masculino. O pódio foi completado por Lorraine Barbosa (11.35), também do clube paulistano, atual eneacampeão do Troféu Brasil.

"Eu sabia que poderia ser uma final acirrada mas eu entro sem medo, porque eu confio em mim e em quem me treina. Eu sabia que eu era a atleta a ser batida", disse a velocista, que tem como técnico Katsuhico Nakaya.

Ana Carolina bateu o seu recorde pessoal na semifinal, quando correu 11.12. "Eu estou me sentindo muito bem, estou pronta para fazer excelentes marcas. Vou para os 200 metros com sede de vitória e com sede de índice". Em 2024, a velocista deixou o Troféu Brasil com quatro ouros: venceu os 100 m, os 200 m, o 4x100 m e o 4x400 m. E afirmou que, nesta edição, busca repetir a façanha. 

Além das medalhistas, também foi destaque a jovem Hakelly Maximiano, de apenas 16 anos, que ficou com a quarta posição, com o tempo de 11.37 (1.1), recorde brasileiro e sul-americano sub-18.

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